


Malaca, uma agradável surpresa!

Confesso que os ares de cidade grande de Kuala Lumpur, com todo aquele trânsito e distância entre uma coisa e outra, acrescidos do calor infernal não nos encantou a ponto de querermos ficar mais um pouco. Por isso, decidimos passar 3 noites em Malaca, a caminho de Singapura, uma cidade pequena, que costuma ser apenas um bate-volta na maior parte dos roteiros.

Escolhemos um hotel legal, com internet razoável e uma boa piscina para refrescar nossos dias na cidade, já que teríamos tempo de sobra para ver o que Malaca tem a oferecer e ainda adiantar alguns trabalhos antes de seguir para o próximo destino.
A viagem de Kuala Lumpur para Malaca foi mais tranquila do que eu imaginava, boas estradas, um ônibus cheio de veludo e estampas, mas bem confortável e menos de 2 horas de distância.

O clima de cidade pequena - pelo menos na parte turística – nos conquistou logo de cara. Adoramos cidades onde conseguimos fazer quase tudo a pé, andar pelas ruas e ver o dia a dia acontecendo, e foi assim em Malaca.

A cidade, pouco conhecida por nós brasileiros, tem um elemento histórico semelhante ao nosso, também foi colônia portuguesa e tem até um bairro onde é possível ouvir a língua da terra de Camões.
Falando em história, por sua localização estratégia no estreito de Malaca, a cidade acabou sendo conquistada por diferentes povos ao longo dos séculos. Começando pelos chineses com um importante porto e ponto de comércio com indianos, árabes e povos da região.

Depois passou a ser um sultanato malaio com origem hindu e se converteu ao islã em meados do século XV, dando inicio a expansão muçulmana na região.
Em 1511, na época das grandes navegações europeias, o português Afonso de Albuquerque conquistou Malaca, que esteve sob domínio de Portugal por mais de um século, até ser tomada por holandeses.

No século XIX, toda a península passou para o domínio britânico, até um conflito com o Japão durante a Segunda Guerra Mundial.
Com tanta história e influências culturais, o centro histórico de Malaca se tornou Patrimônio Mundial da UNESCO e a Cidade Herança Cultural da Malásia.

Ao passear pelo centro é possível observar toda essa herança, em fachadas com toque holandês ao longo do rio, igrejas católicas, templos budistas, mesquitas, lanterninhas chinesas e pessoas de todo lugar do mundo...

Para quem gosta de visitar lugares que são repletos de história, Malaca é um prato cheio na Malásia, além de uma série de pequenos museus, ainda dá para ver os resquícios da antiga fortaleza portuguesa e se esbaldar nas referencias culturais só de andar pelas ruas.

Nós aproveitamos nossos dias em Malaca caminhando com calma, visitando as lojinhas interessantes da Chinatown, observando o movimento e comendo bem melhor que na capital.
Um passeio bem diferente de Kuala Lumpur, que vale a pena incluir em um roteiro pelo país.






