


Roteiro por Montmartre: um passeio para fazer a pé

Montmartre é um dos bairros mais charmosos de Paris, era ali que a vida boêmia e artística do final do século XIX e início do XX acontecia, a vida noturna era animada com shows e cabarés, artistas e escritores de vanguarda se encontravam, e o clima libertário pairava sobre o local. Os resquícios dessa época podemos ver até hoje através das suas ruelas cheias de encanto, dos cafés movimentados, das galerias de arte moderna e dos artistas de rua. A partir de 2001, com o sucesso do filme “O fabuloso destino de Amélie Poulin”, a região passou a atrair ainda mais turistas em busca dos cenários do filme, e hoje Montmartre é uma parada obrigatória em qualquer roteiro por Paris.
O bairro fica ao norte da cidade, no 18º arrondissement, e é cheio de ladeiras, porém a melhor maneira de explorá-lo é a pé, por isso, é melhor passear com calma e curtir suas ruelas vagarosamente para não sentir os sobes e desces da região. Por ser um bairro alto, uma das vantagens é ser recompensado ao fim da caminhada com uma bela vista de Paris a partir da Sacré Coeur.
Nosso roteiro passa pelos principais pontos de Montmartre, e apesar das ladeiras, a caminhada é bem tranquila e evita as enormes escadarias da Sacré Coeur, ao chegar por outro ponto. Mas, como o charme do bairro também está em suas vielas, permita-se descobrir seus encantos, sem se prender 100% a um roteiro pré-definido.

Vamos ao roteiro:
Comece o passeio ao desembarcar na estação de metrô Blanche no Boulevard de Clichy, praticamente em frente a um dos principais ícones do bairro, o mundialmente famoso Moulin Rouge. O cabaré foi inaugurado em 1889 e tornou-se um dos mais famosos de Paris, quem não se lembra do filme musical com Nicole Kidman? Hoje o show é um programa basicamente para turistas, mas vale uma fotinho ali na frente com o moinho vermelho!
Siga pela Rue Lepic, ao lado do Moulin Rouge, e ande com calma explorando as lojinhas de comidas tipicamente parisienses. No número 15, encontra-se o Cafe des Deux Moulins, escolhido como cenário para o filme da Amélie Poulin, e hoje ponto turístico para os cinéfilos. Se você não for um grande fã, não é nem preciso parar, e então continue pela Rue Lepic, até o número 54 onde morou Van Gogh e ali fez algumas de suas pinturas.




Mais adiante você irá se deparar com um antigo moinho de vento, o Moulin de la Gallete, retratado por diversos artistas. Na época, eram mais de 30 moinhos de vento, hoje restaram apenas dois e o Moulin de la Gallete é um deles.
Siga agora até a Rue de Saules, onde encontra-se o charmoso café La Maison Rosé, antiga casa e local de nascimento do artista francês Maurice Utrillo, que retratou e imortalizou diversos ângulos da Paris do início do século XX.

Mais adiante, ainda na Rue de Saules está o Lapin Agile, um cabaré da metade do século XIX, frequentado pelos artistas e escritores da época, entre eles Picasso e Frederic Gerard.

Retorne pelo mesmo caminho, mas agora entre na Rue Cortot, do lado oposto da La Maison Rosé, no número 12 dessa rua, encontra-se a Maison du Bel Air, que hospedou diversos artistas e chegou a ser o atelier de Renoir em 1874. Hoje, o prédio abriga o Museu de Montmartre inaugurado em 1960. Continue subindo a rua, até a parte mais movimentada do bairro e explore sem pressa seus cafés e lojinhas, a Place du Tertre com sua feirinha de pintores, e finalmente a Basílica de Sacré Coeur concluída em 1914, mas que nunca agradou os parisienses por seu estilo romano-bizantino que não combinam com o resto da arquitetura da cidade.
Você chegará na igreja pela lateral, e não será preciso enfrentar todos aqueles degraus, apenas vê-los do alto quando estiver na frente da Basílica. Vale a pena visitar seu interior, e a entrada é gratuita, é preciso de ingresso apenas para subir até a cúpula. Após a visita, sente em algum dos degraus, e descanse apreciando a bela vista de Paris.

O próximo passo é descer até a parte baixa do bairro novamente, pode ser pelas escadarias da Sacré Coeur, ou pelas ruelas do bairro, mas tenha como destino o metrô Abbesses, sua entrada é um dos ícones do art noveau parisiense. Também nessa praça encontra-se o Le Mur des Je t’aime, um painel com “eu te amos” nas mais diversas línguas, perfeito para terminar o passeio pelo bairro, antes de pegar o metrô até o seu hotel. Ou se ainda tiver energia termine o dia em um dos diversos e movimentados cafés da Rue des Abbesses.






